domingo, outubro 08, 2023

EU CONTRA O APARECIMENTO - parte 2

É, uma vez por ano segundo o movimento dos planetas do sistema em torno do Sol fazemos aniversário. É hoje, no caso. 8 de outubro. Eu hoje posso comemorar. Vou tirar a semana de descanso.


Tive sucesso, esse nome mesmo. O tempo trouxe sucesso pessoal e profissional. Agora sei o que é isso. Com o tempo vem, parece. Demorou umas décadas, mas veio. Foi uma construção, um projeto como dizem, um tiro no escuro. Se eu fosse herdeiro ou milionário, não ia demorar. Mas será que eu iria ficar tão feliz? Valorizar? Talvez.

Tava aqui pensando e essa vitória parece aqueles e-mails depois que a gente compra alguma coisa. No meu caso, comprei uma escolha e aconteceu, depois de algumas outras escolhas. Muitos, dezenas, centenas, apostaram em mim e não penso em decepcioná-los. Nem hoje nem nunca. Consegui! Agora... se Eu mereci? Alô Betina, a herdeira, diz pra mim! Não sei, só sei que taqui o meu email, esse ano chegou:

Olá, GUSTAVO REZENDE Seu pedido foi recebido..

Tchau, até a próxima e valeu!

domingo, julho 02, 2023

EU CONTRA O APARECIMENTO - parte 1

Desculpa gente, esse sumiço por.. anos! Talvez vocês nem imaginem mas ocorreu uma pandemia mundial igual nos filmes de fim do mundo. Até pior. Nos filmes só atinge Nova York e no máximo Paris. A pandemia atingiu também o Brasil, olha só! Já vi um ou outro filme que mostrou o Brasil (Rio de Janeiro) sendo atingido por desastres (Guerra dos Mundos original?) mas era minoria..


Meu sumiço foi porque minha vida profissional estava em risco no meio dessa pandemia. Não sei se vocês sabem mas eu criei uns 2 alter egos. O mais antigo é o cinéfilo espião carioca, o mais recente é o ator Gus Rezende. E profissionalmente sou o biólogo Gustavo Pessôa que, na pandemia, sofreu um período sabático forçado pela falta de emprego. Sim, uma pausa prolongada que culminou em forçar o afloramento dos 2 alter egos e de formas de sobreviver com algum deles. O espião carioca então criou páginas online, grupos de cinema, estudou, leu livros sobre o tema, viu centenas de filmes, arriscou algumas coisas.. O ator Gus Rezende finalmente tirou seu registro, buscou uma área de interesse dentro desse amplo ofício, pensou novamente na dublagem mas acabou flertando um pouco com stand up comedy..

Mas não teve jeito, não é questão de preferência ou de talento mas de oportunidade que surgiu pro Gustavo Pessôa, ao qual dediquei 100%, 500%, 1000% num projeto ousado em minha profissão e deu certo.. mas sem esquecer os alter egos, que também estão ali no projeto porém em menor grau. Uma das metas é criar um Cineclube, que não seria possível sem esse olhar de um dos alter egos. E vocês todos estarão convidados a assistir as sessões do Cineclube pelo espião carioca, Gustavo Pessôa e Gus Rezende. Nós 3 agradecemos. Em breve mais novidades. Tchau, até a próxima e valeu!

segunda-feira, setembro 20, 2021

EU CONTRA A REALIDADE (sonho 1): O estranho caso do cachorro humano

Chegamos à tardinha na casa dos meus pais. No final de semana do meu aniversário resolvemos ir pra lá e chegar um pouco antes do anoitecer porque, por volta desses dias, eu tinha visto nas redes sociais que estava acontecendo uma onda de assaltos a lojas no período da noite, naquele distrito onde eles moram. Antes eles moravam de veraneio e, nesses últimos 21 anos, fixaram naquela residência. Com a pandemia, há vários meses eu não saía de casa mas, agora com as doses da vacina já recebidas, estava bem mais tranquilo para ir ver meus pais: de acordo com estudo científico londrino, as pessoas totalmente vacinadas tem 3 vezes menos o risco de serem diagnosticadas com covid-19 e transmitem bem menos o vírus.

Após descer do carro e guardar a mochila dentro de casa, eu fui no quintal - a parte de trás da casa - e estava anoitecendo. Tinham novos cachorros que eu não conhecia e não dava pra ver nada muito bem. Fiquei olhando os diferentes cachorros brincando no quintal e tinha um que não se movia muito, ficava parado e distante, próximo do muro branco que rodeava as fronteiras do quintal. Quando finalmente se moveu, eu achei estranho porque parecia que andava apenas em 2 patas. Iluminei o local com a lanterna do celular e vi um... CACHORRO HUMANO!


Chamei ele, disse pra não ter medo. Passaram uns minutos até aproximar-se de mim aquela figura incrivelmente bizarra. Tirou um cobertor branco que servia de fantasia e me disse que morava no quintal junto com os cachorros há algumas semanas, por causa da comida e do abrigo! Entrei em casa para perguntar a minha mãe se sabia que tinha um mendigo morando no quintal e ela disse que pegaram por engano o mendigo na rua pensando que era um cachorro, pois pegavam os cachorros de rua para criar no quintal e vigiar a casa, após os muitos crimes que estavam acontecendo na região. Voltei e conversei com o mendigo sobre a vida dele e o que ele pretendia fazer para o futuro, incluindo os seus propósitos de vida. Conversa vai conversa vem, ele me perguntou como reconheci que ele não era cachorro mas sim humano. Eu disse que era Biólogo, fiz cursos e provavelmente por isso que eu conseguia saber a diferença, mesmo estando longe, escuro e difícil de enxergar por ser noite. Foi neste momento que o ex-CACHORRO HUMANO me pediu que ficasse mais um tempo, mais alguns dias vivendo no quintal, ao invés de voltar a morar na rua no dia seguinte.

Comovido com toda esta história, fui falar com a minha mãe para ver a possibilidade dele ficar conosco mais alguns dias, ali na casa dela, pois ela tinha dito que o expulsaria no dia seguinte. Ouvindo o barulho do carro, fui supreendido: naquele momento ela estava saindo com meu pai, meu cunhado e minha irmã de carro. Ao falar a todos para terem muito cuidado porque li notícias que estava tendo muitos assaltos na região, eles quatro dentro do carro pegaram máscaras de palhaço e botaram no rosto, dizendo para eu não me preocupar porque a partir de agora eles estavam saindo de máscara e não seriam identificados pela polícia! Horas depois, a polícia ligou dizendo que eles foram presos e foi assim que o fiel cachorro-humano acabou ficando mais tempo conosco, morando em nosso quintal. Fim.

segunda-feira, janeiro 04, 2021

EU CONTRA O FIM. - 2

Ah mas eu não acredito nisso..

Fabinho, meu primo, era a tradução e tradição viva do carioca: pipa e futebol na rua, muitos amigos e querido por todos, fazia uns bicos pra (sobre)viver, e aquela cervejinha no bar. Sempre tive inveja de quem cresceu dessa forma, solta, quem foi moleque, quem viveu de verdade. E ele foi um eterno moleque. Pra mim, essa alegria acho que ele puxou em muito da mãe Maria. E isso, essa alegria solta, transbordava em risos. Tinha uma risada que nunca vou esquecer. E deixou pra gente a saudade.